A inteligência artificial (IA) está a ser cada vez mais utilizada em diversas áreas, incluindo a criativa. Será que vai aniquilar a criatividade?
Este é um tema que temos discutido bastante no seio da nossa equipa ao longo dos últimos meses: Qual o papel da IA no processo criativo, por exemplo na criação de um layout de um website, e como é que pode impactar a criatividade humana.
Encaramos a inteligência artificial como uma ferramenta poderosa que pode ajudar a melhorar o processo criativo ao fornecer insights e sugestões muito úteis. Na nossa equipa já a utilizamos diariamente para nos apoiar numa série de tarefas, contudo, parece-nos que esta tecnologia ainda está longe de ser capaz de criar algo verdadeiramente original e único.
A criatividade humana é resultado de uma combinação complexa de influências e fatores, incluindo emoções, experiências e contextos culturais e sociais. A IA pode já ser capaz de simular algumas dessas influências, mas ainda está longe de conseguir reproduzir completamente a complexidade do processo criativo humano, especialmente quando colocamos esse processo num plano mais subjetivo que (ainda) é incomparável a qualquer algoritmo existente.
Parece-nos que isto está relacionado com o facto de os sistemas de IA serem baseados no passado, ou seja, analisam dados para identificar padrões e, embora possa não estar explicitamente vinculado porque estes sistemas têm capacidade de aprender, existe sempre uma forte base no passado para cada output gerado. Isto traduz-se numa maior “rigidez” dos resultados e um processo disruptivo muito menos frequente.
Em jeito de conclusão, entendemos que a IA deve ser encarada como uma ferramenta complementar à criatividade humana e não substituta, sendo muito importante entender as suas limitações e a necessidade de a utilizar de forma consciente. A IA já provou ser surpreendente nas suas capacidades e pode ser capaz de alcançar a verdadeira criatividade, mas claramente ainda não chegamos lá.
Será interessante daqui a algum tempo rever este artigo e perceber o que mudou desde o momento que o escrevemos.